Artigo: Onde começa a democracia? Na escola!

Onde começa a democracia? Na escola!

Juventudes, escola e democracia. As eleições de 2022 que elegerão nosses futures presidente, vice-presidente e congresso nacional batem à porta. O período de campanha se inicia em agosto, mas já temos no ar um clima quente de discussões políticas sobre o futuro do país, a partir dos possíveis cenários de ocupação dos cargos em questão. A polarização entre esquerda e extrema-direita que vimos ganhando espaço, especialmente na última década, tem chances de se tornar novamente um dos elementos que dará curso aos debates e forma de condução das campanhas.

Se em 2018 um fator crucial para a vitória do atual presidente Jair Bolsonaro foi a internet e a disseminação de notícias falsas em grupos de WhatsApp, deslegitimando adversáries, cabe pensar quais erros se repetirão neste ano. Além de claro, quais acertos podemos emplacar coletivamente para que nas eleições deste ano representantes mais comprometides com a democracia e o bem-viver da população brasileira sejam eleites.

Com sucesso, as mobilizações da sociedade civil e do TSE para que jovens tirassem seu primeiro título de eleitor trouxeram um aumento significativo de noves eleitores que estarão aptes a votar neste ano. O contingente de jovens que votarão pela primeira vez pode decidir o rumo do Brasil, em particular no que tange a presidência do país.

Para além de celebrar essa relevante vitória, é importante pensar os passos que devemos dar coletivamente para que esses primeiros votos sejam feitos com consciência. E que, ainda mais, os processos de participação política das juventudes se estendam mais adiante passado o pleito eleitoral.

As bolhas polarizadas nas redes sociais que deram o tom das últimas eleições presidenciais podem retornar com ainda mais força e jovens não escapam a essas possíveis teias. Assim, quais seriam os espaços neutros para construção de um debate democrático acerca da política representativa e do futuro do país de maneira mais ampla?

Eu ousaria dizer que, essencialmente, a escola.

A importância da escola

Compreendendo o ensino público, gratuito e laico como direito de todas as pessoas cidadãs brasileiras, pode-se imaginar que nesse espaço jovens de diferentes cenários se cruzarão e trocarão vivências. Mais importante que isso, num âmbito ideal, as juventudes terão na escola o lugar para expressarem sua opinião e vislumbrarem conjuntamente percursos a serem construídos para um viver em sociedade em que direitos de todes sejam assegurados em plenitude. Dado que a própria possibilidade de vivenciar a escola de forma universal é fruto de lutas coletivas que eventualmente se tornam direitos legislados.

Eu não sei se você que me lê é uma pessoa jovem, adulta ou já idosa. Mas de todo modo, isso faz pouca diferença: de qualquer maneira, aposto que você conhece alguma pessoa em idade escolar cursando o Ensino Médio ou alguém que conheça. Talvez você seja professora, professor ou professore, uma mãe, pai, tia, tio, tie, avô ou avó. Independentemente de qual sua posição, deixo aqui um convite sobre a importância de dialogarmos francamente com as juventudes que nos cercam sobre o futuro da democracia.

Em um mundo polarizado que tende a arrojos extremistas retroalimentados na frieza da virtualidade de telas, a própria existência de nossas instituições democráticas se torna ameaçada. Assim, o diálogo presencial no nosso cotidiano se mostra como chave para caminhar por futuros mais sinceramente conectados.

Iniciativas como debates públicos nas escolas podem ser um caminho relevante para os primeiros passos de uma forma mais plural e potente de se fazer política. Utilizar técnicas de persuasão para propor um voto mais consciente também é pertinente. O essencial é que dialoguemos, cada vez mais, buscando reencontrar a passagem para uma co-construção de futuros em que todes desde jovens caibamos.

Garantindo também a possibilidade de vida digna das próximas gerações a partir de governos mais preocupados com o planeta, o acesso à própria educação, a saúde em todas suas esferas, a cultura, o trabalho, entre outros direitos.

Como seria se todes jovens tivessem, para além de uma formação meramente técnica, plena consciência de seus direitos e possibilidades concretas de contribuição com esse futuro? Dialoguemos em nossas escolas, bairros e outros espaços de troca para sabermos na prática.

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