Conheça a QEdu Juventudes e Trabalho: nova plataforma com dados sobre as diferentes juventudes brasileiras
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Um a cada cinco jovens brasileiros não concluiu o Ensino Médio e estava fora da escola, em 2022
O Brasil tinha, em 2022, 48,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos, sendo que mais de 9 milhões (19,9%) não haviam concluído a Educação Básica obrigatória e já estavam fora da escola. Entre aqueles que estavam entre os 25% mais pobres dessa população, o índice chegava a 31,3%. Já entre os mais ricos, caia para 6,8%. O País registrou também 21,7% de jovens que não estudavam e nem trabalhavam, sendo que, destes, 38% não terminaram a Educação Básica. Na faixa etária entre 18 e 24 anos, e entre as mulheres, especificamente, o percentual era de 33,6%. Ou seja, pelo menos uma a cada três jovens encontrava-se nessa situação.
Esses são alguns dos dados presentes na plataforma QEdu Juventudes e Trabalho, lançada nesta terça-feira (12), pela Fundação Roberto Marinho e o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) em parceria com a Fundação Lemann, a Fundação Itaú e o Itaú Educação e Trabalho. A plataforma está abrigada no QEdu, o maior portal de dados educacionais abertos do País, com mais de 8 milhões de acessos por ano. O projeto utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua de 2012 a 2022 – IBGE ) para fornecer um panorama das diferentes juventudes brasileiras, sua situação educacional e inserção no mundo do trabalho. O objetivo é qualificar o debate sobre o tema e nortear o desenvolvimento de políticas públicas e iniciativas na área.
Acesse o QEdu Juventudes e Trabalho
"A Plataforma Qedu Juventudes e Trabalho permite não apenas uma análise dos jovens que estão na escola, mas também daqueles que estão fora da escola sem ter concluído a educação básica. Ao conhecer o perfil socioeconômico e a situação educacional das diferentes juventudes e a relação entre a escolaridade e o mundo do trabalho, torna-se possível atuar de forma mais efetiva na garantia de direitos desse público"” afirma Rosalina Maria Soares, Assessora de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.
A plataforma revela, por exemplo, que 34,9% (17 milhões) dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos estavam em situação de pobreza, em 2022, índice que, na região Nordeste, chegava a 55,4%. No Sul, era de 18,1%. Há diferenças significativas também em relação à cor/raça dos jovens: 22,8% do total de jovens brancos estavam em situação de pobreza ante 39% dos pretos e 43,6% dos pardos.
As desigualdades de por cor/raça também ficam evidentes quando analisados os percentuais de jovens de 15 a 29 anos fora da escola, sem ter concluído a Educação Básica: entre os brancos, eram 14,3% (2,7 milhões). Entre os pretos, 24,5% (1,3 milhão) Tanto para homens como para mulheres e independentemente da cor/raça deles, a necessidade de trabalhar era apontada como o principal motivo para o abandono escolar. No entanto, para os homens, a segunda razão mais frequente foi a “falta de interesse em estudar”, enquanto para as mulheres, a gravidez. Já em relação aos jovens que não trabalhavam, não estudavam e não tinham concluído a Educação Básica (4,1 milhões), havia um perfil que se destacava: 52% deles estavam na faixa etária de 18 a 24 anos, 73,4% eram pretos ou pardos, 62,2% mulheres e 74,5% moravam na zona urbana.
Outro dado que chama a atenção é a taxa de ocupação por nível de escolaridade. Entre os jovens que não concluíram o Ensino Médio, era de 37,6%; percentual que subia para 64% entre os que terminaram a Educação Básica, para 75,2% entre os jovens com Ensino Técnico e para 82,7% com Ensino Superior completo. Quanto maior a escolaridade, menor o percentual de jovens sem trabalho e sem estudo. Em relação à remuneração, jovens com ensino superior ganhavam, em 2022, em média, o dobro do que os jovens com ensino médio completo (R$ 3.344 vs R$ 1.662).
“O Brasil precisa fazer mais pelas juventudes, em especial as mais vulneráveis. A plataforma mostra as grandes barreiras que são impostas a muitos jovens no acesso e na permanência na escola. A possibilidade de sucesso é, em muitos casos, determinada pela origem social, pela cor/raça, pelo gênero… A consciência sobre essa grande desigualdade é um passo essencial para a formulação de políticas públicas que possam combatê-la”, afirma Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede.
Sobre o Iede
O Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) é um centro de pesquisas que tem sua atuação sustentada por três grandes pilares: 1. Mapear e disseminar boas práticas de redes de ensino e escolas; 2. Diagnosticar e fazer análises que ajudem no combate às desigualdades educacionais; 3. Atuar para que indicadores e avaliações orientem as tomadas de decisões.
Tem como visão um sistema educacional de referência no Brasil, que utiliza evidências de pesquisa nas tomadas de decisão e que oferece um ensino de qualidade com igualdade de oportunidades para todos os alunos. Desde 2020, o Iede é o gestor do portal QEdu e de suas plataformas QEdu Gestão, QEdu Países, QEdu Analítico e a mais recente QEdu Juventudes e Trabalho.
Sobre a Fundação Roberto Martinho
A Fundação Roberto Marinho inova, há mais de 40 anos, em soluções de educação para não deixar ninguém para trás. Promove, em todas as suas iniciativas, uma cultura de educação de forma encantadora, inclusiva e, sobretudo, emancipatória, em permanente diálogo com a sociedade. Desenvolve projetos voltados para a escolaridade básica e para a solução de problemas educacionais que impactam nas avaliações nacionais, como distorção idade-série, evasão escolar e defasagem na aprendizagem.
A Fundação realiza, de forma sistemática, pesquisas que revelam os cenários das juventudes brasileiras. A partir desses dados, políticas públicas podem ser criadas nos mais diversos setores, em especial, na educação. Incentivar a inclusão produtiva de jovens no mundo do trabalho também está entre as suas prioridades, assim como a valorização da diversidade e da equidade. Com o Canal Futura fomenta, em todo o país, uma agenda de comunicação e de mobilização social, com ações e produções audiovisuais que chegam ao chão da escola, a educadores, aos jovens e suas famílias, que se apropriam e utilizam seus conteúdos educacionais. Mais informações no Portal da Fundação Roberto Marinho.