A influência da BNCC e dos currículos em sala de aula
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Devido à pandemia, o índice de analfabetismo de crianças atingiu seu maior número desde 2012, entenda como a BNCC é essencial para a reversão deste quadro
Nos últimos dois anos, nossas crianças e jovens sofreram um grande impacto na aprendizagem devido à pandemia do coronavírus. Em 2021, cerca de 2,4 milhões de crianças de 6 e 7 anos não sabiam ler e escrever. Este foi o maior patamar de analfabetismo nesta faixa etária desde 2012, conforme levantamento do Todos pela Educação, com base na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
Para que consigamos reverter esse quadro, é preciso recuperar a aprendizagem dos estudantes. E, para isso, somente aulas de reforço não bastam: “Para recompor a aprendizagem dos alunos é preciso diagnóstico, priorização das habilidades da BNCC e formação dos professores e gestores.”, afirma Maria Alice Junqueira de Almeida, Coordenadora de projetos do Cenpec.
O diagnóstico é importante para verificar o que os estudantes aprenderam. Após essa análise, é preciso realizar o planejamento do que precisa ser ensinado, contemplando, pouco a pouco, o que está previsto para cada ano.
Para que todos os estudantes tenham uma maior equidade na educação, sobretudo neste período pós-pandemia, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os currículos são guias imprescindíveis.
Base Nacional Comum Curricular
A BNCC é um documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
A primeira versão da Base foi elaborada em 2015. Em 2017, foi aprovada parte da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Em 2018, a parte do Ensino Médio.
Baixe o texto completo da BNCC para o Ensino Fundamental e Ensino Médio
A Base deverá nortear a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares de todo o Brasil, indicando as competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade.
Unindo esforços
Os currículos servem de referência para que as redes de ensino possam adequar os conteúdos trabalhados em sala de aula à realidade de cada escola. Eles também servem de base para a formulação das avaliações, dos materiais didáticos e para a formação de professores. É o que se define como coerência educacional.
Mas para que isso aconteça é preciso uma parceria entre entes federais, estaduais e municipais. Cabe ao governo federal promover iniciativas de alcance nacional, como livros didáticos (PNLD) e avaliações (Saeb). Já às secretarias de educação estaduais e municipais podem atuar na organização das formações continuadas dos professores, avaliações formativas e diagnósticas, além da elaboração de materiais próprios.
Adesão das redes de ensino
A união das três esferas - federal, estadual e municipal - é importante para garantir maior acesso e equidade no ensino público nas mais diversas localidades do país.
Desde a homologação da BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, em 2017, redes estaduais, em regime de colaboração com redes municipais, via Consed e Undime, se dedicaram à reelaboração de referências curriculares.
Desde 2019, os referenciais estão aprovados pelos Conselhos Estaduais de Educação. Mais de 99% das redes municipais já têm seus currículos alinhados à BNCC – a quase totalidade aderiu total ou parcialmente aos referenciais estaduais.
Acompanhe o avanço da implementação da BNCC e do Novo Ensino Médio nas redes
Já a implementação da BNCC para o Ensino Médio é mais desafiadora. Nesse arranjo, há uma parte comum, cuja referência é a BNCC, e uma parte flexível, organizada em itinerários formativos. O objetivo do Novo Ensino Médio é ter um formato mais dinâmico, mais flexível e com maior protagonismo dos estudantes. Atualmente, há 27 estados com referenciais curriculares homologados.
Saiba mais sobre os desafios sobre o Novo Ensino Médio no ep. #18 do Chão de Escola
Movimento pela Base
A Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura juntos têm a missão de criar metodologias e projetos que geram impacto e mobilizam a sociedade para não deixar nenhum para trás na educação brasileira.
Por isso, apoiamos o Movimento pela Base, uma rede não governamental e apartidária de pessoas e instituições, que desde 2013 se dedica a apoiar a construção e implementação de qualidade da BNCC e do Novo Ensino Médio.
Nosso objetivo é somar esforços e trabalhar em parceria para garantir que os direitos de aprendizagem de todas as crianças e jovens brasileiros sejam mantidos.