Quais são os desafios da alfabetização pós-pandemia?
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Alfabetização pós-pandemia. Após quase 2 anos de escolas fechadas e mais de 5 milhões de estudantes sem aulas em 2020, segundo levantamento do Unicef, as aulas presenciais na rede pública começaram a voltar em 2022. No entanto, os efeitos da pandemia na educação podem ser devastadores. Podemos regredir em até 2 décadas, de acordo com a Unicef e o Cenpec Educação.
As crianças de 6 a 10 anos foram as mais afetadas pela exclusão escolar. Em 2019, antes do mundo parar devido ao coronavírus, cerca de 1,4 milhão de crianças entre 6 e 7 anos de idade não sabiam ler nem escrever no Brasil. Em 2021, esse número passou para 2,4 milhões. Um crescimento de 66,3% em apenas dois anos. Os dados são da ONG Todos pela Educação.
O impacto é ainda maior entre crianças pretas e pardas, acentuando ainda mais a desigualdade racial existente no Brasil. Ao todo, 47,4% das crianças pretas não sabem ler ou escrever; entre as pardas o índice é 44,5%. Já entre as bancas, de 35,1%.
Além disso, o percentual de crianças mais pobres que não sabem ler e escrever aumentou de 33,6% para 51%, entre 2019 e 2021. Dentre as crianças mais ricas, o aumento foi mais sutil, de 11,4% para 16,6%.
Antes da pandemia, essa era a etapa de ensino que mais havia avançado no Brasil, tanto em universalização de acesso – ou seja, quase todas as crianças dessa idade estavam frequentando a escola – quanto em progressos no ensino.
De acordo com a BNCC, os alunos devem ser alfabetizados até o 2º ano do Ensino Fundamental. A não-alfabetização de crianças em idade adequada pode trazer enormes prejuízos para aprendizagem, além de aumentar o risco de reprovação e evasão escolar.
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Como reverter esse cenário?
Para que essa defasagem na alfabetização não vire uma bola de neve e interfira em outras etapas de aprendizagem, é preciso somar esforços e criar estratégias para que redes municipais e estaduais de ensino possam atuar em conjunto.
Mais do que nunca, é preciso que os professores alfabetizadores tenham um olhar atento e sensível. Neste período da pandemia, muitos estudantes sofreram perdas familiares, financeiras, além do afastamento de colegas, gerando impactos na socialização e estímulo à aprendizagem.
Neste sentido, a busca ativa e o oferecimento de espaços de escuta e acolhimento podem ser estratégicos no combate à evasão escolar. De acordo com a pesquisa da Undime, a Busca Ativa é apontada por 78% das secretarias como principal método para encontrar estudantes que não têm acompanhado as atividades escolares remotas ou não retornaram para as atividades presenciais em 2022, ou que estão em risco de evadir.
Precisamos nos mobilizar pela educação
Todos os anos, durante o mês de abril, a Fundação Roberto Marinho e uma aliança estratégica de parceiros unem esforços a partir da mobilização institucional para causas relevantes na agenda educacional brasileira.
Em 2022, o foco da mobilização está no acompanhamento das medidas para mitigação dos efeitos da pandemia.
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