Notícia: Maleta Juventudes traz parcerias e série inédita

Maleta Juventudes traz parcerias e série inédita

Que tal uma mala recheada de debates, encontros, inclusão? Conheça então a Maleta Futura, projeto que reúne conteúdos temáticos para gerar discussões importantes para a sociedade. Em sua 7ª edição, a Maleta aborda o tema Juventudes e traz uma produção audiovisual inédita com uma série especial do Diz Aí.

O modo de fazer também foi diferente: diferentes grupos jovens, público-alvo do projeto, participaram de encontros e levantaram os temas e abordagens que gostariam de ver na Maleta - ao contrário de edições anteriores, em que recebiam os conteúdos já para implementação.

"Dessa vez os consultores foram à campo escutar os jovens. Diferente de qualquer outra maleta que a gente já tenha feito, fomos ao público interessado para fazer uma imersão e pensar o material junto com eles. Além dessa escuta, fizemos também exercícios de audiovisual do Diz Aí com eles e esse material entrou na maleta, é inédito e vai ser exclusivo à Maleta e ao Futura Play. Fizemos uma reflexão, mas também geramos um produto. E foi a primeira vez que isso foi feito.", explica Priscila Pereira, coordenadora do projeto.

Maleta Futura Juventudes
Foto: Divulgação

Os encontros aconteceram em seis estados, com mais de 120 jovens de diferentes contextos. Em cada lugar, uma temática. "Em cada praça tinha uma metologia e abordagem diferente. Mas quando chegava na cidade, claro, não falávamos só desse eixo. Juventude é transversal, é um assunto que abrange um monte de coisa. A gente também não estava só na escuta, nos envolvemos, mas sem cair no clichê e ajudar na questão da linguagem, pra sair do mesmo. Eles reclamavam do que já estava sendo colocado na mídia e o desafio foi pensar como saímos disso. O resultado foi muito bacana.", diz Marcelo Wasem, um dos três consultores da Maleta.

A dinâmica funcionava em dois dias: no primeiro, um fórum com dinâmicas e provocações para disparar a discussão temática, seguido de oficinas técnicas sobre registro de imagens. No segundo, gravações, produção, edição e, ufa, exibição!

E será que teve alguma história marcante nesse processo todo? A Priscila conta: "Um objetivo que já alcançamos é criar um espaço de escuta menos reativo e mais dialogado, especialmente em tempos de polarização. Tivemos casos de jovens da igreja batista que, conversando com jovens trans, se sentiram profundamente tocados e disseram que estavam vendo um novo ponto de vista e que levariam aquela conversa aos seus pares para mostrar essa visão mais humana, aproximada. Promover esse espaço de diálogo olho no olho é um ganho de transformação das próprias pessoas".

Os materiais e o futuro da Maleta

Além dos conteúdos pensados e feitos especialmente para o projeto, é realizada também uma curadoria de materiais de outras instituições, como a Anistia Internacional e o Observatório das Favelas. Mais uma novidade da Maleta Juventudes é a parceria com a DKT Brasil, fabricante de preservativos, para chamar atenção para o crescimento da contaminação pelo vírus HIV entre os jovens.

"Há uma nova epidemia de AIDS/HIV entre os jovens no Brasil. Os números estão crescendo absurdamente e o uso de preservativo está caindo vertiginosamente. Recheamos as maletas com camisinhas de todos os sabores, tipos, texturas, para dizer que não tem desculpa pra não usar e chamar atenção pra esses dados tão preocupantes. A UNAIDS também cedeu um material legal nesse sentido", conta Priscila.

Na confecção dos materiais, três consultores se dividiram entre os temas para provocar as reflexões. Marcelo conta o processo: "Depois de ouvir e passar por tantos lugares do Brasil, como escrever? Como dar conta de um tema gigante em um país com tantas realidades? Partimos do Estatuto da Juventude, um marco da nossa história recente, e cada consultor pegou 3 ou 4 temas para dissertar, pesquisar e comparar com o que vimos in loco. Mas é claro que cada um tinha um ponto de vista e modo de escrever. A Maleta está com um jeito único, são vários olhares. Isso foi bacana, porque mantivemos a diversidade."

O Estatuto da Juventude, aprovado em 2013, faz com que os direitos já previstos em lei, como educação, trabalho, saúde e cultura, sejam aprofundados para atender às necessidades específicas dos jovens, respeitando trajetórias e diversidade. E a Maleta tem como objetivo implementar uma cultura de direitos e fazer com que esse estatuto seja conhecido, discutido e se faça valer.

"O que a gente espera da Maleta é que ela chegue em lugares que nós não estaremos e que ela dialogue com a realidade desses lugares. Tem muita coisa que a gente não conseguiu chegar. A ideia é que a maleta assuma e consiga criar discussões onde nós não estamos", explica Marcelo.

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