Quais são as tendências para o futuro?
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Debate desta terça-feira (01/12) analisa os desafios de prever as possibilidades para o futuro
O que vai ser do futuro? O que nos aguarda? Esses questionamentos são feitos pelo ser humano há bastante tempo e, nesse cenário pandêmico, as respostas se tornam ainda mais nebulosas. Contudo, há uma ciência que se dedica aos estudos do futuro: a futurologia. Seus pesquisadores dizem que é possível observar tendências e tentar se preparar para as transformações que estão por vir. O Debate desta terça-feira (01/12) discute os futuros possíveis para a sociedade, em áreas como tecnologia, cultura, moda e meio ambiente.
O apresentador Cristiano Reckziegel conversou com a Maria Isabel Oschery, gerente de conteúdo da Casa Firjan, e com a Beatrys Fernandes Rodrigues, professora da pós-graduação em Futurologia e Design Fiction da Escola Superior de Propaganda a Marketing (ESPM), sobre os estudos de futuro em uma perspectiva mais conceitual. O Debate também ouviu o pianista Jonathan Ferr, que falou sobre afrofuturismo; o especialista em tecnologia criativa Thiago Toshio, a respeito dos futuros possíveis para a tecnologia; e a jornalista e ativista Marina Colerato, sobre as tendências na área da sustentabilidade.
A professora Beatrys Fernandes Rodrigues explica ao Debate que o termo “futurologia” faz uma referência ao “futuro”, que é o momento após o presente, o incerto, o indefinido, mas que, ao mesmo tempo, sabe-se que vai acontecer; enquanto o “logia” significa estudo. Então a futurologia é o estudo desse imprevisível. Ela conta que esse campo é multidisciplinar, então utiliza métodos, conceitos, ideias de pensadores de outras disciplinas, como sociologia, antropologia, economia e até a ciência de dados. “Vale reforçar que nós somos muito bons em dizer o que pode acontecer, não o que acontecerá”, pontua.
A gerente de conteúdo da Casa Firjan, Maria Isabel Oschery, acrescenta que a imaginação é fundamental na construção desses futuros possíveis. “Por conta da nossa rotina, nós nos acostumamos a imaginar menos; estamos muito mais preocupados em encontrar respostas corretas, em não especular, perguntar ‘e se?’. E a ideia de pensar no futuro é justamente ter uma postura mais imaginativa, trazendo o que é provável, plausível ou desejável, para começar a desenhar hoje o futuro que você deseja”, destaca. Essas reflexões também foram feitas durante o Festival Futuros Possíveis, realizado na última semana, pela Firjan IEL.
Algumas possibilidades
Ao falar sobre as projeções para o futuro, é importante considerar as questões raciais, para que as demandas das pessoas negras sejam incluídas nessa construção. Esse é um dos objetivos do afrofuturismo, movimento com o qual o pianista Jonathan Ferr se identifica e sobre o qual ele falou, em entrevista ao Debate.
Pensar sobre afrofuturismo, para mim, é pensar no meu próprio futuro em um país que historicamente nunca prezou pela vida de pessoas pretas, afinal, a cada 23 minutos morre um homem preto no Brasil
Jonathan Ferr
Nesse sentido, o movimento surge como uma forma de inserir as pessoas negras nas narrativas do futuro, valorizando a ancestralidade, ao mesmo tempo em que busca uma relação com a tecnologia. “Eu acho que toda realidade parte de uma utopia. Se estivéssemos agora em 1750, pensar no fim da escravidão seria uma utopia gigante; pensar em um presidente negro nos Estados Unidos, 50 anos atrás, também era utópico, e nós tivemos o Obama. Então, colocar utopias para nós pensarmos e gerar possibilidades na nossa mente é muito importante”, explica o pianista.
As utopias também são uma característica muito forte nas obras de ficção científica — este é um gênero que, inclusive, inspira o afrofuturismo. Carros voadores, teletransportadores, máquinas do tempo, casas inteligentes, são alguns dos elementos que se fazem presentes nessas obras e que talvez parecessem improváveis na vida real. O especialista em tecnologia criativa Thiago Toshio explica ao Debate que o conceito de metaverso também veio da ficção científica e que hoje a sociedade caminha para uma realidade em que essa ideia está cada vez mais próxima. Uma das definições propostas pelo especialista é a de que o metaverso seja uma experiência que abranja o mundo físico e digital, as redes e experiências públicas e privadas, além de plataformas abertas e fechadas. “Nós vemos um caminho para isso que é inevitável, principalmente quando percebemos que há grandes marcas investindo nessas tecnologias”, pontua.
A importância de olhar para o posicionamento das marcas em relação aos futuros possíveis também foi destacada pela Maria Isabel Oschery. “É importante falar sobre o papel das empresas na construção do futuro que a sociedade deseja. Então tem uma relação com responsabilidade social, que inclui pensar em todos os agentes da sociedade que estão sendo impactados”, reforça a gerente de conteúdo da Casa Firjan.
Falando sobre responsabilidade social e o futuro da economia, a prática do consumo consciente vem sendo cada vez mais difundida entre as novas gerações. A jornalista e ativista Marina Colerato explica ao Debate que a indústria da moda representa 4% das emissões globais de gases do efeito estufa, segundo relatório publicado pela consultoria empresarial americana McKinsey & Company e pela Global Fashion em 2018. “Então é uma indústria que tem um impacto socioambiental muito grande, não só no clima, mas pelas extrações de matéria prima, como nas monoculturas de algodão e no uso intensivo de terras e agrotóxicos. Sem contar com os casos de trabalho análogo à escravidão”, destaca Colerato, que também é fundadora da Modefica, mídia independente sobre sustentabilidade. Ela reforça a importância da diversidade na elaboração desse futuro sustentável: “Nós só pensamos em um futuro justo, igualitário e próspero se for para todo mundo”.
No que diz respeito à construção dessas possibilidades, Maria Isabel Oschery deixou uma mensagem aos espectadores do Debate: “não dá para ficar parado esperando o futuro ou tentando antecipá-lo porque, a princípio, o futuro não existe, ele é construído por uma pluralidade de pessoas, por meio de um exercício colaborativo, reflexivo e ativo”.
Você confere essas temáticas no Debate apresentado por Cristiano Reckziegel, nesta terça-feira (01/12), às 21h, nas telas do Canal Futura, e disponível também no Futura Play.
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