Expo Favela Innovation reúne empreendedores das comunidades do RJ
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Pela primeira vez no Rio de Janeiro, a Expo Favela Innovation aconteceu na Cidade das Artes, nos últimos dias do mês de julho. A maior feira de inovação e empreendedorismo que conecta os trabalhos de startups e empreendedores de favelas com empresários do asfalto.
Na cerimônia de abertura esteve o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Luiz de Almeida, que fez um breve discurso: “Estou muito impressionado com este lugar. É um lugar lindíssimo e muito sofisticado, e não podia ter lugar melhor para colocar o povo da favela. É isso que a favela merece, é esse tipo de tratamento que a favela merece”, disse o Ministro. E foi além: “Queremos investir nas comunidades nas favelas, nas associações, para que elas possam se organizar, para que o povo brasileiro possa se organizar”.
Além de Silvio, também estiveram presentes o prefeito do Rio de janeiro, Eduardo Paes, e outros representantes de instituições públicas e privadas, como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que falou durante seu discurso sobre a parceria com governo federal para investir nas nos empreendedorismos das favelas, comunidades e periferias.
“O governo federal anunciou que ainda este ano vai ter Internet 5G nas favelas. Afinal, como a gente vai desenvolver esse empreendedorismo se não dermos oportunidades, se não tiver instrumento? Vai ter banda larga! E a segunda coisa que eu queria falar para vocês: no final da Expofavela vão ser selecionados projetos inovadores, experiências iniciais, e o BNDES vai estar apoiar, financiando esses projetos”, afirmou Mercadante.
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Mais do que uma feira, a Expo Favela Innovation Rio de Janeiro teve palestras, workshops, exposições, rodadas de negócios, pitches de startups, mentorias, debates, cursos, shows, filmes, desfiles e muitas outras iniciativas criadas por moradores das favelas do estado fluminense, como Luciana Andréia Oliveira, do projeto cultural e site “Empodera samba”, que dá visibilidade a mulheres dentro do contexto do samba. Ele é oriundo de um estudo acadêmico chamado Carnaval e suas várias faces, cujo centro da pesquisa está focado na participação da mulher. “Eu sou professora, produtora cultural e jornalista. E através desse estudo acadêmico, fiquei inquieta e motivada sobre uma pesquisa para falar sobre as mulheres nesse contexto. Luutei muito para estar aqui, estou muito emocionada mesmo. Está sendo uma nova porta, um novo degrau, e eu só tenho a agradecer aos criadores, que nos deram essa oportunidade”, disse Luciana.
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Um dos primeiros painéis do evento foi o de Justiça Climática, que teve a participação do ativista e fundador do instituto Ayka, Marcelo Rocha: ”Pensar justiça climática no Brasil é pensar em como a gente resolve vários problemas socias e ambientais; como a gente realmente repensa a construção do nosso país e tudo que a gente viveu até agora”, disse Marcelo, em uma conversa com a jornalista Luciene kaxinawá, que também fez parte dessa mesa trazendo a visão das populações indígena e a participação dessa população na preservação do planeta.
Também participaram dessa mesa Iara Poppe, que é da área de pesquisa da Rede Globo, Alexandre Henderson, jornalista, Christiane Torlone, atriz e ativista ambiental, que contou a Luciene sobre suas ações no ativismo ambiental: “Eu acabei de chegar de um fórum super bonito que nós tivemos na Ilha da Madeira, e estamos tentando fazer um corredor verde em Portugal, tentando fazer pequenos módulos verdes pelo mundo”, disse a atriz.
Curiosidades
Existem cerca de 525 comunidades, mais de 1 milhão e meio de pessoas nesse contexto no estado do Rio de Janeiro. No fim deste ano, ainda deve acontecer mais uma edição do evento, desta vez, em São Paulo, que terá também a participação da Prefeita de Paris, Anne Hidalgo. De acordo com a coordenação do evento, haverá Expo Favela também em Paris, Nova York e Lisboa nas próximas edições.